Maternidade, dores e delícias.
- raissavcbueno
- 1 de out. de 2023
- 3 min de leitura
Atualizado: 30 de out. de 2023

A maternidade é uma das experiências mais complexas na vida de uma mulher. É um período de transformações físicas, psicológicas, sociais e espirituais intenso, que começa com a concepção (ou mesmo antes, com o planejamento) e dura até o resto da vida. Muito embora cada história com a maternidade seja única, é um elo inquebrável que conecta mulheres de diferentes culturas, épocas e origens sociais.
Além de sua importância pessoal, devemos compreender que a maternidade desempenha um papel fundamental na sociedade, já que as mães são as primeiras educadoras dos filhos, transmitindo valores, tradições e conhecimento. Elas podem moldar o futuro, tendo a responsabilidade de criar cidadãos que habitarão o planeta.
Havemos de convir que esse papel abrange muita responsabilidade, e com ela, vários desafios, já que além de tudo, as mulheres podem enfrentar pressões sociais e econômicas, falta de apoio à maternidade, entre outros.
Assim sendo, o maternar, ao invés de ser positivo, pode tornar-se um gatilho para diversos tipos de problemas de ordem mental, como depressão pós-parto, ansiedade, e etc. A psicoterapia pode ser um benefício para a saúde mental das mães que passam por momentos frágeis e de dúvidas, portanto, falaremos a seguir:
Depressão pós-parto: Transtorno de ordem mental que afeta diversas mulheres após o parto. Pode incluir sintomas como: tristeza persistente, falta de energia, dificuldade de se vincular ao bebê, sentimentos de culpa e ansiedade. A psicoterapia se faz importante para auxiliar a identificar o problema e construir planos de ação para tal problema.
Ansiedade materna: É bastante comum e pode incluir sentimentos de preocupação excessiva com o bebê, medo de não ser uma mãe boa o suficiente, preocupações sobre o futuro. Na psicoterapia, as mães podem trazer a queixa de ansiedade e trabalhar estratégias para driblar situações gatilho.
Trauma/medo do parto: Algumas mulheres vivenciam experiências traumáticas durante o parto, que podem levar à quadros de transtorno de estresse pós-traumático. É possível que em setting terapêutico, os traumas sejam abordados e enfrentados.
Dificuldades de adaptação ao bebê: Algumas mães sentem dificuldade de se adaptar à rotina do bebê e até mesmo de construção de vínculo com o mesmo, e por isso, podem ocorrer sentimentos de inabilidade, incapacidade e impotência. Pode-se trabalhar em psicoterapia a forma com a qual a mãe aprende a se identificar nesta nova função e aos poucos aprender mais sobre seu bebê.
Luto pela perda Gestacional ou Neonatal: Após a perda de um bebê, seja ele recém-nascido, ou feto, pode trazer consequências devastadoras e levar à dificuldades de ordem mental que precisam ser trabalhadas. Assim como com traumas, o luto precisa ser abordado em psicoterapia e trabalhado.
Conciliação entre maternidade e carreira: Muitas mulheres vivenciam dificuldades entre manter, e retomar suas carreiras após o nascimento do bebê. A psicoterapia pode ser uma ferramenta crucial para auxiliar na tomada de decisões frente À este momento delicado
Dificuldades nas relações conjugais e familiares: Após o nascimento do bebê, há toda uma modificação na dinâmica conjugal e familiar, o que pode implicar em alguns tipos de conflitos. A psicoterapia pode beneficiar tanto o casal, quanto a nova mãe frente aos desafios impostos.
Autoestima e Identidade Pessoal: Não há dúvidas que a chegada de um bebê muda completamente a vida de uma mulher, e portanto, é possível que haja um impacto em sua aparência e na forma com a qual costumava se identificar. Pode-se trabalhar em psicoterapia o autoconhecimento e a forma com a qual a mulher se identifica agora.
Habilidades Parentais: sejam mães de primeira viagem, ou não, desde o nascimento, até o adultecer dos filhos, frequentemente mães vão se questionar sobre suas habilidades para criar pessoas. Poder se reconhecer, entender sua forma de maternar e trabalhar suas habilidades podem ser instrumentos da psicoterapia que auxiliam no desenvolvimento das habilidades.
Apoio na tomada de decisões: A rotina de tomada de decisões (sejam elas individuais ou em casal) pode ser bastante estressante, haja vista que requer bastante responsabilidade. Poder trabalhar a necessidade deste apoio, e ainda, entender formas de entender e lidar com essas responsabilidades pode ser bastante significativo.
Rede de Apoio Social: A falta de uma rede de apoio pode ser bastante sentida, sobretudo nos momentos iniciais da maternidade, quando a mulher está costumeiramente mais frágil e necessitando de ajuda. Podemos usar a psicoterapia como forma de se organizar para a construção de uma rede de apoio.
A falta de acesso a serviços de saúde mental adequados e o estigma associado a esses problemas podem dificultar a busca de ajuda, contudo, é fundamental que mulheres que vivenciam esse tipo de questão busquem auxílio. Poder se desenvolver e ter vivências apropriadas é um benefício que deve ser inerente à todas as pessoas.


